Empresas que oferecem soluções antivírus surpreendentemente viram suas ações dispararem nos dias subsequentes ao início dos ataques, conforme reporta a agência Reuters.
Nomes como FireEye e Qualys, que são bem conhecidos no mercado, viram altas superiores a 5% em seus papéis. Mas a grande felizarda foi a Sophos, cujas ações pularam mais de 7% na segunda-feira seguinte ao surgimento do WannaCry.
“Isso é notícia boa para os nossos negócios”, disse à agência um empregado não identificado da Sophos. “Estamos inundados com pessoas nos ligando [em busca da ferramenta].”
Não é minha culpa
Sempre que um golpe grande como aquele aparece, empresas de segurança são cobradas por ainda não terem acabado com o cibercrime. Kris Hagerman, CEO da Sophos, disse à Reuters que isso equivale a cobrar a sociedade por não ter erradicado o crime como um todo.
Além disso, as empresas de segurança fazem apenas uma parte da proteção; o resto recai sobre órgãos regulatórios, empresas de TI e os próprios usuários. No caso dos hospitais — que fazem parte da parcela mais afetada pelo WannaCry —, essa é uma questão delicada, já que poucos investem devidamente em cibersegurança.
Especialistas consultados pela Reuters consideram que há um erro de abordagem por parte do usuário final. No caso de organizações, como hospitais, alguém precisaria ser punido internamente quando há um problema de segurança, mas para isso é preciso que as empresas invistam em profissionais qualificados que trabalhem exclusivamente visando a segurança virtual da organização.
“Isso não é sobre tecnologia”, opinou Ross Anderson, pioneiro no estudo da economia da segurança da informação. “É sobre pessoas fazendo coisas erradas de maneiras que[, em outro contexto, as fariam ser demitidas.”
Via – Olhar Digital